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Le Corbusier: conheça mais sobre esse famoso arquiteto

Considerado ícone da arquitetura moderna, o franco-suíço Le Corbusier foi mestre na concepção de edifícios funcionais, utilizando concreto armado e vidro plano em grande escala. Equiparando a importância de “espaço, luz e ordem” com alimentação e descanso, ele foi um dos responsáveis pela nova linguagem arquitetônica do século XX.

Apesar de ser mais lembrado por sua carreira como arquiteto urbanista e pelos óculos redondos, Le Corbusier também foi escultor, escritor, pintor e teórico das artes. Conheça mais sobre sua história no post de hoje.

A vida de Le Corbusier

Nascido Charles-Edouard Jeanneret-Gris na pequena cidade suíça La Chaux-de-Fonds em 6 de outubro de 1887, era filho de um profissional da indústria de relógios e de uma professora de piano. Iniciou os estudos na escola de artes decorativas de sua cidade aos 13 anos, com o objetivo de seguir a profissão do pai.

Mesmo recebendo prêmios por seus relógios aos 15 anos de idade, seguiu as orientações de um de seus professores para se dedicar à arquitetura e, aos 19 anos, participou de seu primeiro projeto residencial.

Aos 20 anos, iniciou uma viagem pela Europa para aprofundar seus conhecimentos visitando grandes obras e trabalhando com arquitetos renomados, como o francês Auguste Perret — pioneiro no uso de concreto armado — e o alemão Peter Behrens — precursor do Desenho Industrial.

Após cinco anos, retornou à Suíça para lecionar e abrir seu próprio escritório de arquitetura. Em 1917, mudou-se para Paris onde trabalhou na Sociedade de Aplicação do Concreto Armado, publicou textos sobre o Cubismo e fez exposições regulares de suas pinturas sob o pseudônimo pelo qual ficou conhecido (uma adaptação do nome do avô paterno, Lecorbésier).

Tornou-se cidadão da França em 1930, quando se casou com a modelo francesa Yvonne Gallis. Eles permaneceram juntos até a morte dela, em 1957.

Uma carreira memorável

Sua primeira construção, a Villa Fallet (1905), foi feita com outros estudantes sob a supervisão de seu professor René Chapallaz — um típico chalé suíço com telhado íngreme e fachada com padrões geométricos coloridos cuidadosamente trabalhados. Esse projeto rendeu a construção de mais duas casas similares na mesma área, as Villas Jacquemet e Stotzer.

Quando voltou de sua viagem pela Europa, em 1912, deu início ao projeto da nova casa de seus pais: uma proposta ousada e inovadora com paredes brancas, cômodos organizados em torno de pilares centrais e planos horizontais contrastando com as encostas íngremes da cidade.

Seu próximo projeto foi para o fabricante de relógios George Favre-Jacot, na aldeia de Le Locle. Ainda mais imponente, o prédio foi projetado para se encaixar na encosta e ter interior espaçoso em volta de um pátio central, com máximo aproveitamento de luz.

Durante a Primeira Guerra, dedicou-se aos estudos de teoria arquitetônica e técnicas modernas (incluindo a utilização do concreto como material de construção), o que o levou ao desenho da Dom-ino House (1914). Nesse projeto, Le Corbusier sintetizou ideias de engenharia, estética e economia, abrindo caminho para um novo sistema construtivo.

Com dois pavimentos abertos compostos por placas de concreto apoiadas em poucas colunas, o sistema permitia um número infinito de combinações, pois as divisórias poderiam ser construídas em qualquer ponto. Essa liberdade obtida com a retirada da função estrutural das paredes foi a base da maioria de suas construções seguintes.

Em 1922, iniciou a publicação de seus conceitos sobre arquitetura e planejamento urbano, que resultaram no seu primeiro livro “Por uma Arquitetura” (Towards an Architecture, 1923).

Empenhado na ideia de melhorar as condições de vida dos habitantes de cidades populosas, em 1950 ele aceitou o convite para realizar seu mais ambicioso projeto: a reconstrução da recém-independente Chandigarh, na Índia — trabalho feito com a colaboração de profissionais britânicos, especialistas em design urbano e arquitetura de clima tropical.

Em 2016, dezessete projetos de Le Corbusier entraram na lista de Patrimônio Mundial da UNESCO, por sua contribuição ao movimento moderno.

A nova arquitetura de Le Corbusier

A partir do sistema Dom-ino, Le Corbusier listou uma série de conceitos de sua nova arquitetura e os resumiu na publicação “Os Cinco Pontos da Arquitetura Moderna” (Les Cinq Points de L’architecture Moderne, 1927), sendo eles:

Pilotis

Sistema de pilares de concreto que elevam as edificações, permitindo a circulação livre no nível do solo.

Terraço-jardim

Telhado plano para ser usado como jardim ou área de passeio, com ou sem piscina.

Planta livre

Função de suporte exercida por colunas para que as paredes sejam colocadas em qualquer lugar ou totalmente excluídas.

Fachada livre

Com o suporte feito por colunas, a fachada pode ser mais leve, aberta ou inteiramente de vidro.

Janela em fita

Sem a função de suporte, as paredes podem receber janelas em todo o seu comprimento, permitindo integração com a paisagem e igual obtenção de luz por todos os cômodos.

Esses conceitos tornaram-se princípios da arquitetura moderna, sendo utilizados em diversos países de forma integral ou parcial. No Brasil, sua aplicação pode ser vista no prédio do Ministério da Educação e Saúde Pública (Rio de Janeiro, 1935), idealizado por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa com consultoria do próprio Le Corbusier.

O sistema de proporções Modulor

Idealizado e utilizado pelo arquiteto para substituir os sistemas métricos pelas proporções de um indivíduo imaginário, considerava as alturas de 1,75 m (versão azul) e 1,83 m (versão vermelha) para os cálculos. Após algum tempo, essas medidas foram substituídas pela proporção áurea e sequência de Fibonacci.

O Modulor foi importante para suprir a necessidade de construção de grandes blocos habitacionais na Europa pós-guerra, como a Unidade de Habitação de Marselha.

Suas principais obras arquitetônicas

Le Corbusier concluiu mais de 60 projetos, quase todos com características que contribuíram para a formulação do conceito de arquitetura moderna. Entre eles, podemos destacar:

Villa Roche (Paris, França, 1925)

Apresenta assimetria desde a fachada até o interior com planos, recortes, rampas, escadas e terraços. Com o exterior totalmente branco e cômodos pintados de cinza, azul e vermelho, a casa foi descrita pelo próprio arquiteto como “pitoresca e cheia de movimento”.

Foi declarada patrimônio mundial em 2016. Atualmente, abriga a Fundação Le Corbusier.

Villa Savoye (Poissy, França, 1928)

Um exemplo perfeito da aplicação dos Cinco Pontos da Arquitetura Moderna, foi concebida seguindo a máxima “a casa é uma máquina de morar”, do próprio Le Corbusier.

Pensada como uma casa de veraneio, foi abandonada durante a Segunda Guerra Mundial e restaurada em 1963 como uma “casa-museu”, quando o governo francês a declarou patrimônio arquitetônico.

Pavillon Suisse (Paris, França, 1933)

Encomendado pelo Comitê das Universidades Suíças, apresenta variações dos conceitos de Le Corbusier, como uma cortina de vidro contínua, pilares reforçados e forma curvilínea em uma das faces. Integra o patrimônio histórico da França desde 1986.

Capela de Notre-Dame (Ronchamp, França, 1955)

Construída no topo da colina de Bourlémont com paredes curvilíneas, janelas irregulares e uma escultura de concreto como cobertura, foi o primeiro edifício religioso projetado por Le Corbusier (posteriormente, ele faria mais dois).

A obra chamou atenção por suas contradições arquitetônicas e causou polêmica entre público e crítica. Assim como a Villa Roche, entrou na lista de patrimônio mundial em 2016.

Com o nome gravado na história da arquitetura ao lado de profissionais admirados — como Frank Lloyd Wright e Mies van der Rohe — , Le Corbusier ainda inspira elogios e críticas com seu trabalho marcante, ousado e provocativo após mais de 50 anos de sua morte (por afogamento, em 1965). Seu ideal de estruturas brancas, simples e austeras erguidas por pilotis ainda será tema de muito estudo e inspiração para muitos profissionais pelo mundo.

E você, já conhecia a obra desse grande arquiteto? Comente aqui quais outras construções de Le Corbusier merecem destaque e como os pontos da arquitetura moderna descritos por ele influenciam seu trabalho.

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