Frank Owen Gehry tem seu nome gravado na história como o arquiteto mais importante da nossa era. Seus prédios de formas inusitadas mudaram a paisagem urbana de suas localidades e reacenderam o interesse por edificações como uma expressão artística.
Com estruturas únicas e peculiares, ele divide opiniões entre o público e a crítica especializada — que o considera extraordinário, radical e extravagante na mesma medida.
Conheça esse importante profissional da arquitetura com os 12 fatos que selecionamos sobre sua vida e obra:
1. Ele vem de uma família de imigrantes
Seu pai (Irving Goldberg) era um americano de origem russa e, sua mãe (Sadie Thelma), uma canadense descendente de poloneses. Ele nasceu no Canadá em fevereiro de 1929 e, aos 18 anos, imigrou com sua família para os Estados Unidos — onde construiu sua carreira e vive até hoje.
2. Seu nome verdadeiro nome é Frank Owen Gehry
Em uma família judaica, ele sofreu ataques de antissemitismo durante a infância e optou por não utilizar seu nome original — Ephraim Owen Goldberg — na vida profissional, adotando o pseudônimo em 1956.
3. O interesse pela arquitetura começou na infância
Ainda criança, Gehry já demonstrava sua imaginação e era incentivado pela avó, Leah Caplan, a construir cidades em miniatura com as sobras de madeira e peças de ferro da loja de ferragens do avô.
Essa brincadeira o incentivou a experimentar em seus projetos a utilização de materiais como aço corrugado, correntes e compensados sem pintura.
4. O pai de Gehry não acreditava em seu potencial
Mesmo passando várias tardes desenhando ao lado do filho, Irving julgava que ele era apenas um sonhador que não teria sucesso na vida. Coube à mãe de Gehry encorajar sua criatividade e promover seus primeiros passos no universo da arte, levando-o a concertos e museus.
5. Ele é um Doutor Honoris Causa Multiplex
Contrariando as previsões do pai, Frank Gehry se graduou em Arquitetura e Design pela Universidade do Sul da Califórnia (1954), estudou Planejamento Urbano em Harvard (1956), e ainda recebeu mais de dez graduações honorárias em instituições acadêmicas de diversos países.
6. Sua carreira foi impulsionada com móveis de papelão
Entre 1969 e 1973, Gehry teve seu nome conhecido ao criar séries de mobiliários em madeira laminada e papelão. Com formatos curvos, robustos e surpreendentes, suas peças eram leves, macias e facilmente recicláveis.
O preço acessível fez de seus móveis um sucesso de vendas — o que levou Frank a interromper a produção e comercialização apenas 3 meses após o lançamento, pois temia que o reconhecimento dos seus projetos de design comprometesse sua trajetória na arquitetura.
7. A primeira grande obra da carreira foi sua própria casa
Com o dinheiro que recebeu por suas séries de móveis, em 1977, Frank investiu na compra e reforma da própria residência em Santa Mônica, Califórnia. A estrutura interna da construção de 1920 foi mantida e a casa recebeu uma armação externa com ângulos salientes, composta de madeira, vidro, alumínio e alambrados.
Os dois pavimentos da casa tiveram as paredes descascadas para que a trama construtiva fosse exibida, deixando nítida a diferenciação entre os elementos novos e os originais. Gehry ainda habita a mesma residência.
8. Seus projetos são uma crítica ao Modernismo
Seu trabalho original e audaciosamente escultural é uma reação à austeridade, impessoalidade e frieza dos edifícios modernistas com estilo internacional, caracterizados pelo minimalismo e uso da geometria como elemento estético.
Os projetos de Frank Owen Gehry têm uma essência de experimentação, estando — em grande parte — fora da categorização de tendências estilísticas ou movimentos. Mesmo assim, alguns autores o associam à chamada arquitetura pós-moderna, ao movimento desconstrutivista ou à “Escola Los Angeles de Arquitetura” (uma designação controversa pela falta de uma teoria unificadora).
9. Ele já recebeu o “Nobel da Arquitetura”
Em 1989, Gehry teve seu trabalho comparado ao de Picasso pelo júri do prêmio internacional Pritzker. A premiação foi criada em 1979 para homenagear — ainda em vida — os profissionais que melhor utilizam os princípios de solidez, beleza e funcionalidade da arquitetura para contribuir significativamente com a humanidade.
Entre os já premiados estão figuras como Aldo Rossi (em 1990), Renzo Piano (em 1998) e Zaha Hadid (em 2004). Os arquitetos brasileiros agraciados com o prêmio, até agora, foram Oscar Niemeyer (em 1988) e Paulo Mendes da Rocha (em 2006).
Em 2014, ele recebeu o Prêmio Príncipe das Astúrias na área de artes — homenagem também recebida pelos brasileiros Oscar Niemeyer (em 1989) e Sebastião Salgado (1998).
10. Frank Owen Gehry ganhou fama internacional
Após receber o Pritzker, ele começou a ser convidado para projetos maiores e de reconhecimento internacional. Mesmo com alguns edifícios sendo motivo de polêmica por questões financeiras ou arquitetônicas, muitas de suas obras contribuíram para a revitalização de cidades através do turismo.
Entre suas obras de destaque, podemos citar:
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Vitra Design Museum Gallery (Weil am Rhein, Alemanha, 1989);
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a Casa Dançante (Praga, República Tcheca, 1996);
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Museu Guggenheim Bilbao (Biscaia, Espanha, 1997);
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Museu da Cultura Pop (Seattle, EUA, 2000);
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Walt Disney Concert Hall (Los Angeles, EUA, 2003);
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o complexo acadêmico Centro Ray e Maria Stata do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA, 2004);
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Pavilhão de Música Jay Pritzker (Chicago, EUA, 2004);
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Cinémathèque Française (Paris, França, 2005);
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Edifício Comercial IAC (Nova Iorque, EUA, 2007);
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New World Center Concert Hall (Florida, EUA, 2011);
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Museu da Biodiversidade (Cidade do Panamá, 2014);
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Fundação Louis Vuitton (Paris, França, 2014);
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Chau Chak Wing Building da Universidade de Tecnologia de Sydney (Austrália, 2015);
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Nova sede do Facebook (Califórnia, 2015).
11. Projetou um dos maiores arranha-céus do mundo
O Beekman Tower 8 Spruce Street, projetado por Frank Owen Gehry, é o edifício residencial mais alto do hemisfério ocidental, com 76 andares. Ele tem 267 metros de altura e possui estrutura feita completamente de concreto armado. Sua construção demorou 5 anos para ser concluída.
12. Ele voltou a atuar como designer
Com o sucesso de suas obras arquitetônicas cheias de descontração e criatividade, ele foi convidado a reviver sua atuação como designer em vários momentos da carreira e projetou alguns itens inusitados que se transformaram em peças de colecionador.
Entre os objetos de design exclusivo criados por ele estão seis coleções de joias para a marca Tiffany’s, luminárias e esculturas em forma de peixes, a garrafa para a edição especial da vodka Wyborowa Exquisite, o troféu da Copa do Mundo de Hóquei de 2004 e o chapéu usado por Lady Gaga no 30º aniversário do Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles.
Alheio às críticas divididas sobre sua obra, Frank Owen Gehry segue atuando em projetos internacionais e ensinando na Universidade de Los Angeles. Seu trabalho continua contribuindo para a visibilidade da arquitetura, despertando o interesse de leigos e inspirando muitos profissionais.
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