Ícone da arquitetura moderna, Frank Lloyd Wright completaria 150 anos no dia 8 de junho. Considerado um dos arquitetos mais importantes do século XX, ele é relembrado e suas obras passam por uma reavaliação, a partir de mostras, exposições fotográficas e outros eventos do setor.
A arquitetura pouco convencional do Museu Solomon R. Guggenheim, seu último grande projeto desenhado e construído, é uma das obras mais comentadas, sendo, inclusive, reinterpretada a partir dos clássicos blocos de montar da Lego.
Conheça mais sobre as obras do renomado arquiteto, referência da arquitetura orgânica, e veja como colocar em prática conceitos desenvolvidos por ele em seus projetos, desde os menores até os mais audaciosos.
Biografia
Filho de professora e músico, Frank Lloyd Wright nasceu em 8 de junho de 1867, em Richland Center, uma cidade localizada no estado norte-americano de Wisconsin, no Condado de Richland. Ele foi matriculado na Escola de Engenharia da Universidade de Wisconsin, onde estudou por dois semestres.
Em 1887 partiu para Chicago, onde foi trabalhar como assistente de projetos do arquiteto Joseph Lyman Silsbee. Ele, por sinal, atuou na construção da capela “All Souls’ Unitarian Church”, onde o tio de Wright era ministro.
Desde então, ele seguiu a carreira de arquiteto, pela qual teve seus trabalhos mundialmente reconhecidos, por estabelecer, neles, conceitos de arquitetura orgânica, já que acreditava na integração entre o homem e o meio ambiente.
Além de arquiteto, o artista também foi um grande escritor e educador. Escreveu 20 livros, muitos artigos e era um palestrante popular nos Estados Unidos, sendo grandemente reconhecido por seus trabalhos, ainda em vida.
O primeiro trabalho assinado pelo arquiteto em seu próprio escritório, inaugurado em 1984, foi a Casa Winslow, obra inicial no estilo que o consagraria. Antes dela, ele teria desenvolvido cerca de 50 projetos.
Autor de projetos ambiciosos, o artista era um defensor do conceito de que as construções, além de conforto, tinham que transmitir felicidade. Ele se preocupou em desenvolver estudos filosóficos e arquitetônicos voltados ao organicismo para colocar em prática nos seus projetos.
Entre os anos de 1900 e 1917, o arquiteto deu início aos que seriam as primeiras construções residenciais com estruturas internas sem paredes, criando ambientes únicos e integrados. A maioria dessas casas possuíam estruturas horizontais, telhados inclinados e eram feitas com fachadas simplistas e um aspecto mais clean.
Wright defendia que todo projeto deveria ser único e definido de acordo com o uso destinado e a localização onde será realizada a construção.
Ele teve definido como seus principais trabalhos a casa Kaufmann, considerada a mais moderna do mundo, e a sede do Museu Guggenheim, em Nova Iorque.
Arquitetura orgânica
A arquitetura orgânica se baseia, resumidamente, nos princípios de que:
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todos os elementos de um edifício devem falar a mesma língua;
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na simplicidade, com a exploração de todos os materiais disponíveis;
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na igualdade de importância entre o edifício e seus entornos;
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na unicidade tanto dos cômodos quanto da fachada;
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na priorização de materiais naturais;
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fusão entre os ornamentos e a edificação.
Obras
As características singulares das obras de Wright envolvem, entre outros fatores, a forma como o arquiteto organizava o espaço interior dos edifícios, utilizando-se de aberturas ininterruptas nos cômodos.
A atenção aos detalhes também é característica dos projetos desenvolvidos por ele. Em muitos deles, inclusive, Wright teve cada peça de mobiliário projetada especificamente para sua exata localização.
Essa atenção era estendida também às fachadas dos edifícios, como pode ser observado nas janelas das casas projetadas por ele.
Unity Temple
A igreja foi um projeto desenvolvido por Wright entre 1905 e 1908, em Oak Park. O templo foi construído como sede da Congregação Universalista Unitária, à qual pertence até os dias atuais.
O artista era membro da Congregação e chamava o templo de sua “joia”. Ela ainda é considerada uma de suas realizações mais significativas.
Feito com concreto derramado, técnica até então desconhecida, o elegante design cubista que possui era revolucionário para a época e não se parece com nenhum tipo de arquitetura religiosa existente.
Westcott House
A casa, localizada em Ohio foi construída em 1908 e tem esse nome porque pertencia a Burton J. Westcott. Ela foi tombada pelo patrimônio histórico dos Estados Unidos e apresenta características pioneiras no trabalho do arquiteto, como uma pérgula de mais de trinta metros.
Hoje, após passar por um processo de restauração, a casa é usada como museu e centro de atividades educacionais.
Fallingwater House
A casa, que também leva o nome de Casa Kaufmann, sobrenome de seu primeiro proprietário, foi construída entre 1934 e 1937, no meio de um bosque e sobre uma cascata, na Pensilvânia.
Na construção do edifício, construído em uma propriedade da família Kaufmann, foram utilizados elementos naturais ali presentes, como pedras, vegetação e a própria água, que fizeram parte da composição arquitetônica do espaço.
Museu Solomon R. Guggenheim
O museu, localizado em Nova Iorque, foi construído entre 1943 e 1959, ano da morte do arquiteto. O edifício foi considerado inovador e é um dos principais representantes da arquitetura moderna, tendo como seus principais diferenciais a fachada e sua forma orgânica de construção. Essa, inclusive, foi a última obra desenvolvida por Wright.
Inspiração
Nos dias de hoje, em que sustentabilidade faz toda a diferença em um projeto, torna-se necessário refletir sobre os conceitos empregados por Wright e empregá-los, na medida do possível, em projetos únicos e exclusivos, voltados à arquitetura orgânica.
Ao atuar dessa forma, a proposta deve priorizar, sobretudo, um ambiente confortável e em sintonia com a paisagem. Dessa forma, elementos da natureza e formas de animais tendem a ser incorporados nos projetos, tornando-os humanos e harmoniosos.
Os materiais utilizados para a construção dos edifícios, móveis e objetos de decoração devem conversar entre si, para dar uma ideia de unicidade e tendem a ser os mais naturais possíveis, a fim de ressaltar suas qualidades e belezas inerentes.
Assim, podemos concluir que 150 anos após seu nascimento, as obras de Frank Lloyd Wright são tendência na atualidade e seus critérios podem ser usados em projetos audaciosos, únicos e sofisticados, utilizando-se do que a natureza pode nos oferecer.
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