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Prêmio Pritzker 2017: conheça a história dos ganhadores

Reconhecer um bom trabalho na arquitetura não é somente uma forma de recompensar grandes profissionais da área, mas também de compartilhar inspirações e estimular produções ainda melhores.

Esse é o ideal que norteia o Prêmio Pritzker, uma das mais importantes condecorações do setor, que em 2017 chegou em sua 39ª edição com algumas peculiaridades em relação aos anos anteriores. A seguir, saiba por que o evento é tão importante e o que a edição atual reservou de tão especial.

A origem do Prêmio Pritzker

A premiação aconteceu pela primeira vez em 1979, quando Jay e Cindy Pritzker iniciaram o evento anual com o financiamento da Hyatt Foundation, uma multinacional que é comandada atualmente pelo filho do casal, Tom Pritzker.

Inspirados no processo e no sistema de premiação do Prêmio Nobel, os organizadores desejavam encorajar arquitetos e urbanistas de todo o mundo a realizarem projetos mais ousados e grandiosos.

Meses antes de cada edição, profissionais da arquitetura enviam à direção do prêmio os nomes sugeridos e uma obra exemplar, podendo inclusive indicar a si mesmos. Um júri composto de nove especialistas de diferentes áreas (incluindo educação, negócios, cultura e urbanismo) é o responsável por deliberar e selecionar o vencedor.

Os ganhadores de cada ano recebem uma premiação de 100 mil dólares, além de um certificado formal com a citação dos jurados e uma medalha feita em bronze. Atrás dela, está a famosa inscrição firmitas, utilitas, venustas — “estabilidade, comodidade e encantamento” em latim. Os termos foram descritos pelo romano Vitrúvio como os elementos fundamentais da arquitetura.

A própria premiação é um evento único, apenas com convidados da área e do país-sede. O local da cerimônia é escolhido a dedo e é normalmente uma construção bastante reconhecida pela qualidade, já que também deve evocar a filosofia da premiação.

Desde a primeira edição, com a honra concedida ao norte-americano Philip Johnson, foram 43 profissionais homenageados. Em 2004, a iraquiana Zaha Hadid tornou-se a primeira mulher premiada.

O Brasil venceu o Prêmio Pritzker duas vezes. O primeiro selecionado foi Oscar Niemeyer, pela Catedral de Brasília, em 1988. Paulo Mendes da Rocha, idealizador da Capela de São Pedro, que fica em Campos do Jordão, foi o ganhador em 2006.

A importância para a área

Não é somente pela inspiração no processo que o Prêmio Pritzker é considerado “o Nobel da arquitetura”. Ele é uma das maiores homenagens possíveis que um profissional da área pode receber em toda a carreira.

Ao longo dos anos, o Pritzker estabeleceu-se como uma forma de honrar arquitetos que contribuíram de forma única, reconhecendo diferentes habilidades, como visão, talento e comprometimento.

Além disso, uma das metas de Jay e Cindy desde a primeira edição era publicizar grandes feitos da arquitetura para que pessoas que não são tão familiarizadas com a área também passem a valorizar esses trabalhos.

Prêmio Pritzker 2017

Os vencedores do Prêmio Pritzker 2017 foram anunciados em 1º de março. Já a premiação aconteceu em Tóquio, no Japão, em 20 de maio. O local escolhido foi o Palácio Akasaka, importante construção local que já serviu de residência para o príncipe herdeiro do país.

Os vencedores foram os espanhóis Rafael Aranda, Carme Pigem e Ramon Vilalta. Essa é a primeira vez que um trio recebe a homenagem — até este ano, somente duas duplas receberam o prêmio de forma compartilhada.

A equipe trabalha junta desde 1988 na firma RCR Arquitectes. Ela foi fundada em Olot, uma pequena cidade na região da Catalunha. Os três são responsáveis por projetos importantes há alguns anos, mas não eram tão famosos mundialmente quanto outros vencedores.

Aranda, Pigem e Vilalta ganharam destaque pela primeira vez ao vencerem uma competição em 1988 patrocinada pelo Ministério de Urbanismo e Serviços Públicos da Espanha. O prêmio foi dado pela idealização de um farol em Punta Aldea e abriu muitas portas ao trio na região.

Além de projetos especialmente na Europa, a RCR é atualmente consultora de um parque natural catalão e ministra cursos de urbanismo e paisagismo em todo o país.

Segundo a citação oficial dos jurados sobre os vencedores, o trabalho dos arquitetos “cumpre de forma poética e admirável os requisitos tradicionais da arquitetura para beleza física e espacial”.

Porém, o grande destaque foi mesmo a capacidade de criar “espaços e edifícios ao mesmo tempo locais e universais”, com uma forte conexão com a paisagem ao redor.

As principais obras dos vencedores

Aranda, Pigem e Vilalta têm como marca registrada a utilização de elementos modernos nas construções, incluindo metais reciclados e plástico. Vale a pena conhecer mais a respeito de 4 de suas principais construções.

Biblioteca de Sant Antoni — Joan Oliver

A obra da RCR, tida como exemplar para o Prêmio Pritzker 2017, fica em Barcelona. A construção aproveita bastante a iluminação natural, com grandes janelas, e apresenta um pátio interno que serve de lazer para crianças.

Praça La Lira Theatre

Esse local, em Girona, é um espaço público coberto em forma de praça onde antes havia um teatro, que foi demolido e preservou somente parte da estrutura. O projeto fica na margem de um rio e traz linhas irregulares no teto. Isso garante não só beleza, mas ventilação, iluminação e o crescimento da mata local em conjunto com a obra.

Vinícola Bell-Loc

Além da adega principal, o projeto que também fica em Girona expande-se para bosques e o pé de um vale e inclui ainda um auditório e uma sala de degustação.

A ideia dos arquitetos é evocar sentimentos de tranquilidade e repouso, além da integração com a terra. A construção se destaca também pela mistura de aço com pedras e formas geométricas que formam um curioso jogo de sombras com a luz natural.

Museu Soulages

Esse museu de arte contemporânea fica em Rodez, na França, e foi construído em parceria com o arquiteto G Trégouët. A estrutura em aspecto vertical tem um aspecto rústico graças ao material usado, o aço corten.

O interior das galerias têm placas de metal na estrutura, que sustentam as obras por um sistema de ímãs. Cada sala é ligada por corredores de vidro e pontes, criando elos entre cada seção do museu.

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